Manifestantes
voltaram às ruas das principais cidades brasileiras neste Sete de Setembro, o
que gerou confrontos, principalmente em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo,
com pessoas sendo dispersadas pela polícia com gases lacrimogêneo e de pimenta.
Manifestações foram convocadas em mais de 100 cidades através das
redes sociais, mas foram significativamente menores do que as de junho, quando
mais de 1 milhão de pessoas saíram às ruas contra a corrupção e os gastos
públicos milionários com os estádios da Copa do Mundo, e por melhores serviços.
"Nós, brasileiros, voltamos às ruas para exigir das
autoridades o que reivindicamos em junho: o fim da corrupção e um melhor
estudante brasiliense Ivana Ariel.
Em Brasília, após denunciar a corrupção na classe política diante
do Congresso, centenas de manifestantes tentaram romper o cordão policial que
protegia o estádio Mané Garrincha, duas horas antes do amistoso entre Brasil e
Austrália, sendo dispersados com gás lacrimogêneo.
Os manifestantes corriam em todas as direções nos arredores do
estádio, perseguidos pelo Batalhão de Choque e a Polícia Montada. A principal
via de acesso ao estádio foi tomada pela fumaça dos gases.
A polícia lançou gás de pimenta contra um grupo de jornalistas -
entre eles um fotógrafo da AFP, que precisou de antedimento médico - que
protestavam porque um colega havia sido atacado por um cão da polícia.
A polícia voltou a lançar gás lacrimogêneo nas áreas onde os
manifestantes continuavam se concentrando em Brasília, e usou jatos d'água para
dispersá-los na principal avenida da cidade, a 500 metros do Congresso.
Um total de 39 pessoas foram detidas na capital do país, informou
a polícia à imprensa.
Os confrontos entre manifestantes e policiais ganharam força no
fim do dia no Rio de Janeiro e em São Paulo, liderados, principalmente, por
grupos de mascarados.
No centro de São Paulo, um grupo de manifestantes tentou invadir a
Câmara Municipal, e a polícia tentava dispersá-los com gás lacrimogêneo e
bombas de efeito moral, informou um policial militar.
Um manifestante foi ferido no olho, e, com o rosto coberto de
sangue, caiu na rua, onde foi socorrido pela polícia.
Os protestos começaram cedo, coincidindo com os desfiles militares
que marcam a data.
No Rio de Janeiro, mais de 100 manifestantes invadiram a avenida
onde acontecia o desfile. Para dispersá-los, a polícia lançou gás lacrimogêneo
perto do público, que incluía famílias com crianças, que correram para se
proteger. Treze pessoas ficaram feridas e 27 foram detidas.
"A educação brasileira é uma vergonha, os salários
também", reclamava o professor recém-formado Eduardo Marques, 25.
Em Brasília, a presidente Dilma Rousseff participou pela manhã do
desfile militar, em carro aberto.
Coincidindo com o fim do evento, 2 mil manifestantes marcharam até
o Congresso. Um grupo exibia um "Papuda Móvel" para transportar,
simbolicamente, os políticos corruptos para a prisão de segurança máxima da
cidade. Outros manifestantes "limparam" os acessos ao parlamento com
vassouras.
"Os protestos de junho serviram para pressionar o Congresso a
aprovar medidas. Temos que mantê-los vivos", explicou Philip Leite, do
movimento estudantil Kizamba.
Em pronunciamento à nação nesta sexta-feira, a presidente Dilma
disse que "a população tem todo o direito de se indignar com o que está
errado e exigir mudanças".
A popularidade da presidente caiu de 63% para 30% depois dos
protestos de junho, mas subiu para 36% no começo de agosto, depois do anúncio
de novos investimentos nos serviços públicos, e de sua decisão de promover uma
reforma política.
Em outras cidades também houve manifestações, muitas delas
pacíficas. Em Cuiabá, Fortaleza e Belo Horizonte, dezenas de pessoas foram
detidas.
fonte : http://www.jb.com.br/
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